Tem hora certa do dia para dar o trato do semiconfinamento e da TIP?

Publicado em 14/05/2020

Fonte: Giro do Boi

Data: 14.05.2020

Existe uma hora certa do dia para oferecer o trato diário do semiconfinamento e da terminação intensiva a pasto, a TIP? A resposta é sim, conforme disse ao Giro do Boi nesta quarta, dia 13, o zootecnista e consultor técnico da Terra Desenvolvimento Agropecuário, Gustavo Bertoldi.

“A gente tem que levar em conta, sim, o horário do trato. O que a gente indica na prática? Por volta das 10 horas da manhã, ou final da manhã. Por quê? O bovino, assim como os humanos, eles têm preferências e hábitos alimentares. Quando ele levanta para ir pastejar nas primeiras horas do dia, os horários mais frescos, ele vai, faz o pastejo e quando começa a esquentar ele vem procurar uma área de sombra, uma área beirando o cocho, as aguadas. Você fornecendo o trato neste momento, você não faz o efeito substitutivo do consumo daquela forragem, e sim efeito aditivo, então você tem um ganho com isso”, informou Bertoldi.

Bertoldi reforçou que estes sistemas mais intensivos ajudam o pecuarista a ganhar dinheiro ou deixar de perder em meio à seca. Na última entressafra, por exemplo, no estudo de benchmarking que a Terra Desenvolvimento realiza em parceria com o Inttegra, o uso de uma estratégia para a seca foi um dos fatores em comum entre as fazendas de maior lucro. Relembre pelo link abaixo:

Seis fatores que sustentam a margem das fazendas de pecuária mais lucrativas

Bertoldi advertiu os pecuaristas que fazem as contas da fazenda somente no período das águas. “Não pode esquecer que o ano tem 12 meses. Ele não pode fechar a fazenda de junho a outubro, então tem que eficiente e produzir nesse período”, destacou.

O zootecnista disse que neste momento em que a entressafra já teve início para a maior parte do Brasil pecuário, o produtor não está com tempo para escolher aquela que seria a melhor estratégia nutricional. “Mas ainda dá tempo de escolher qual é a estratégia possívelapaga-fogo”, ponderou. Mas o momento, segundo o consultor, pode servir inclusive para planejar o que será viável na entressafra de 2021.

O que o produtor não deve fazer, de acordo com o especialista, é manter o boi pesado ainda não terminado durante o período de seca na fazenda, porque custa mais caro do que qualquer estratégia de terminação, seja semiconfinamentoTIP ou boitel.

Boitel ajuda a tapar os gargalos da engorda intensiva para o pecuarista

Em sua entrevista, Bertoldi explicou como o semiconfinamento pode servir mais do que a mera terminação, como também para resgatar categorias específicas dentro da fazenda dos piores pastos, como as primíparas, que podem estar prenhes com bezerro ao pé, por exemplo.

O consultor deixou seu e-mail para produtores que eventualmente tenham dúvidas sobre sistemas intensivos em meio à entressafra – gustavo@terradesenvolvimento.com.br.


Carne cultivada em laboratório pode ser até 25 vezes pior para o meio ambiente do que carne bovina.

Produzir hambúrgueres e bifes a partir de células cultivadas pode ser visto como o futuro da indústria da carne, mas uma nova análise indica que a produção em massa de carne cultivada em laboratório usando as tecnologias atuais pode ser consideravelmente pior para o meio ambiente do que a carne bovina real. Atualmente, a carne à base de células animais é produzida apenas em uma escala muito pequena e com perdas econômicas, embora o estudo ainda não revisado sugira que a ampliação do processo poderia liberar entre 4 e 25 vezes mais emissões do que a indústria global de carne bovina.   Segundo os autores do estudo, “(bilhões de) dólares de investimento foram alocados especificamente para o setor da carne cultivada com a tese de que este produto será mais ecológico do que a carne bovina”. No entanto, embora seja verdade que a carne cultivada em laboratório elimina os requisitos de terra, água e antibióticos da criação de gado, os pesquisadores explicam que muito do interesse na carne cultivada foi impulsionado por análises imprecisas das emissões de carbono. O problema, dizem eles, é que muitos desses relatórios modelaram o impacto climático da carne cultivada usando tecnologias que não existem ou provavelmente não funcionarão. Por exemplo, um estudo frequentemente citado estimou as emissões de carbono da produção de carne cultivada usando hidrolisado de cianobactérias como matéria-prima para as células. No entanto, os pesquisadores desta última análise explicam que “esta não é uma tecnologia ou matéria-prima atualmente usada para a proliferação de células animais, nem é uma que esteja próxima da viabilidade”.   Outros relatórios muito divulgados tentaram analisar o impacto ambiental da carne cultivada produzida com componentes do meio de cultivo de qualidade alimentar. No entanto, atualmente, o processo só é possível usando misturas de nutrientes de grau farmacêutico, que são purificadas a um nível muito mais alto. É esse processo de purificação que atualmente responde pela maior parte das emissões associadas à produção de carne cultivada, dizem os pesquisadores. Em particular, a remoção de endotoxinas – que são liberadas por bactérias no ambiente – é absolutamente essencial para a criação de carne cultivada, pois mesmo pequenas quantidades dessas toxinas no meio de cultivo podem impedir a proliferação de células.   “A cultura de células animais é tradicionalmente feita com componentes do meio de crescimento que foram refinados para remover/reduzir a endotoxina”, escrevem os autores do estudo. “O uso desses métodos de refinamento contribui significativamente para os custos econômicos e ambientais associados aos produtos farmacêuticos, uma vez que consomem muita energia e recursos”.   Assumindo o uso contínuo de meios de cultivo altamente refinados, os pesquisadores estimam que cada quilo de carne cultivada produz 246 a 1.508 quilos de emissões de dióxido de carbono. Com base nesses números, eles calculam que o potencial de aquecimento global da carne cultivada é entre quatro e 25 vezes maior que o da carne bovina no varejo. Grande parte desse impacto é impulsionado pelos requisitos de combustível fóssil associados à purificação dos componentes do meio de crescimento. Segundo os autores do estudo, isso é entre 3 e 17 vezes maior do que a quantidade usada para produzir carne desossada.   Com base nesses cálculos, os pesquisadores concluem que “o impacto ambiental da produção de carne cultivada a curto prazo provavelmente será de ordem de magnitude maior do que a produção média de carne bovina se um meio de crescimento altamente refinado for utilizado para a produção de carne cultivada”. Oferecendo uma solução, os autores sugerem que o desenvolvimento de linhagens de células que podem tolerar níveis mais altos de endotoxinas pode reduzir a necessidade de processos de purificação com uso intensivo de energia, reduzindo assim o impacto ambiental da carne cultivada em laboratório.   Leia o estudo completo: https://www.beefcentral.com/wp-content/uploads/2023/05/2023.04.21.537778v1.full_.pdf

Brasil mantém venda de carne bovina em alta

País aumentou a presença global, com vendas de junho em alta e semestre batendo recorde No dia 2 de julho, o Portal DBO já havia adiantado a informação e hoje (10/7), o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou: as vendas de carne bovina foram recordes no mês de junho, levando junto o primeiro semestre de 2020. O Brasil nunca havia vendido tanto, entre os meses de janeiro e junho. No caso do último mês, de acordo com o AgroStat, o banco de dados elaborado pelo Mapa, as exportações de carne bovina renderam US$ 742,56 milhões  neste ano, um aumento de 40,7% maior ante os US$ 528 milhões registrados em junho de 2019. Tomando todas as carnes exportadas – bovina, suína e de aves – a receita em junho deste ano foi de US$ 1,41 bilhão. No mês passado, o volume exportado de carne bovina alcançou 176,6 mil toneladas, um crescimento de 28,2% na comparação com junho de 2019, período em que foram embarcadas 138 mil toneladas.  O preço médio recebido, por tonelada, foi de US$ 4.205, valor 9,7% superior a junho do ano passado, com US$ 3.883. Exportações no primeiro semestre As exportações de junho foram o resultado de um movimento crescente e contínuo. A demanda global por proteína animal, aí incluída a carne bovina, vem em ascensão desde o ano passado, deve se refletir até a virada de 2020 e não há expectativa de que pare em 2021. Nem mesmo a pandemia de Covid-19, que deve afetar a renda em diversos países, amainou a apetite por proteína vermelha. Para este ano, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), tem apontado que a estimativa é superar a receita de 2019, que foi de US$ 7,6 bilhões. No acumulado dos primeiros seis primeiros deste ano, o volume exportado de carne bovina foi de 908 mil toneladas. A alta foi de 9,3%, sobre as 831 mil toneladas embarcadas no mesmo período do ano passado. A receita  alcançou US$ 3,93 bilhões, um crescimento de 25,7% sobre os US$ 3,1 bilhões em igual período de 2019 O desempenho recorde tem como protagonista a China. O principal destino da carne bovina brasileira no semestre foi o país asiático. A receita ficou em US$ 1,84 bilhão para 364,7 mil toneladas. No semestre, a China aumentou as compras em US$ 1,14 bilhão, sendo o maior responsável pelo crescimento e pelo recorde de vendas verificados. Exportação de carne bovina para a China nos seis primeiros meses de 2020 Janeiro = 53,1 mil toneladas, por US$ 319,8 milhões Fevereiro = 37,6 mil toneladas, por US$ 196,1 milhões Março = 51,8 mil toneladas, por US$ 249,9 milhões Abril = 60,7 mil toneladas, por US$ 289,2 milhões Maio = 83,9 mil toneladas, por US$ 411,3 milhões Junho = 77,2 mil toneladas, por US$ 369,2 milhões Dados: Agrostat Fonte: Portal DBO

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