Semana começa com arroba firme e estável nas principais praças pecuárias
Publicado em 19/05/2020
Apesar do consumo retraído, a baixa produção nos frigoríficos tem sustentado as cotações em patamares estáveis
O mercado do boi gordo abre a semana em banho-maria, refletindo uma certa posição de conforto nas escalas de abate dos frigoríficos, além da baixa demanda pela carne bovina no mercado doméstico.
“O cenário é de firmeza e estabilidade de preços da arroba nas principais praças pecuárias”, relata a Agrifatto.
Segundo a consultoria, a oferta de boiada pronta aumenta gradualmente no País, mas ainda há relatos de alguma retenção de animais terminados em pastagens que ainda fornecem suporte, como em algumas regiões do Norte e Nordeste – no restante do País, predomina o clima seco e frio.
Na avaliação da Informa Economics FNP, o setor de bovinocultura de corte sente o impacto negativo da pandemia de Covid-19, reflexo do prolongamento das medidas de quarentena, do aumento do desemprego e da diminuição do poder aquisitivo da população. Tais fatores, diz a FNP, têm desenhado um movimento de retração ainda maior no consumo interno de carne bovina no curto e médio prazos, o que contribuí para o posicionamento cauteloso dos frigoríficos no mercado do boi gordo.
“Apesar do consumo retraído, a baixa produção nos frigoríficos tem sustentado o preço dos principais cortes bovinas em patamares estáveis”, informa a FNP.
Na avaliação da consultoria, no médio e longo prazos, a reduzida oferta de animais terminados e o crescente volume das exportações brasileiras de carne bovina devem sustentar patamares mais altos e firmes da arroba do boi gordo frente ao ano passado.
Giro por algumas praças nesta segunda-feira
No Mato Grosso, poucos negócios foram efetivados hoje no mercado do boi gordo, a valores mais baixos que as máximas anteriores. Alguns frigoríficos do Estado reportaram dificuldade no escoamento dos cortes bovinos e, sem necessidade de abates urgentes, limitam o fluxo de aquisições de boiada, segundo apuração da FNP.
Em Minas Gerais, sem registro de chuvas, os produtores do estado aumentaram a oferta de gado, com receio de que os animais já terminados venham a perder peso com a diminuição da massa verde nos pastos.
Em São Paulo, não houve registro de grandes negócios nesta segunda-feira e as cotações da arroba se mantiveram estáveis. As escalas dos frigoríficos pesquisados pela FNP se estendem por entre quatro a cinco dias e, com a instabilidade no consumo de carne, não deve haver atuação mais ativa dos compradores, que compram boiada gorda apenas para cumprir compromissos de até uma semana.
Produzir hambúrgueres e bifes a partir de células cultivadas pode ser visto como o futuro da indústria da carne, mas uma nova análise indica que a produção em massa de carne cultivada em laboratório usando as tecnologias atuais pode ser consideravelmente pior para o meio ambiente do que a carne bovina real. Atualmente, a carne à base de células animais é produzida apenas em uma escala muito pequena e com perdas econômicas, embora o estudo ainda não revisado sugira que a ampliação do processo poderia liberar entre 4 e 25 vezes mais emissões do que a indústria global de carne bovina. Segundo os autores do estudo, “(bilhões de) dólares de investimento foram alocados especificamente para o setor da carne cultivada com a tese de que este produto será mais ecológico do que a carne bovina”. No entanto, embora seja verdade que a carne cultivada em laboratório elimina os requisitos de terra, água e antibióticos da criação de gado, os pesquisadores explicam que muito do interesse na carne cultivada foi impulsionado por análises imprecisas das emissões de carbono. O problema, dizem eles, é que muitos desses relatórios modelaram o impacto climático da carne cultivada usando tecnologias que não existem ou provavelmente não funcionarão. Por exemplo, um estudo frequentemente citado estimou as emissões de carbono da produção de carne cultivada usando hidrolisado de cianobactérias como matéria-prima para as células. No entanto, os pesquisadores desta última análise explicam que “esta não é uma tecnologia ou matéria-prima atualmente usada para a proliferação de células animais, nem é uma que esteja próxima da viabilidade”. Outros relatórios muito divulgados tentaram analisar o impacto ambiental da carne cultivada produzida com componentes do meio de cultivo de qualidade alimentar. No entanto, atualmente, o processo só é possível usando misturas de nutrientes de grau farmacêutico, que são purificadas a um nível muito mais alto. É esse processo de purificação que atualmente responde pela maior parte das emissões associadas à produção de carne cultivada, dizem os pesquisadores. Em particular, a remoção de endotoxinas – que são liberadas por bactérias no ambiente – é absolutamente essencial para a criação de carne cultivada, pois mesmo pequenas quantidades dessas toxinas no meio de cultivo podem impedir a proliferação de células. “A cultura de células animais é tradicionalmente feita com componentes do meio de crescimento que foram refinados para remover/reduzir a endotoxina”, escrevem os autores do estudo. “O uso desses métodos de refinamento contribui significativamente para os custos econômicos e ambientais associados aos produtos farmacêuticos, uma vez que consomem muita energia e recursos”. Assumindo o uso contínuo de meios de cultivo altamente refinados, os pesquisadores estimam que cada quilo de carne cultivada produz 246 a 1.508 quilos de emissões de dióxido de carbono. Com base nesses números, eles calculam que o potencial de aquecimento global da carne cultivada é entre quatro e 25 vezes maior que o da carne bovina no varejo. Grande parte desse impacto é impulsionado pelos requisitos de combustível fóssil associados à purificação dos componentes do meio de crescimento. Segundo os autores do estudo, isso é entre 3 e 17 vezes maior do que a quantidade usada para produzir carne desossada. Com base nesses cálculos, os pesquisadores concluem que “o impacto ambiental da produção de carne cultivada a curto prazo provavelmente será de ordem de magnitude maior do que a produção média de carne bovina se um meio de crescimento altamente refinado for utilizado para a produção de carne cultivada”. Oferecendo uma solução, os autores sugerem que o desenvolvimento de linhagens de células que podem tolerar níveis mais altos de endotoxinas pode reduzir a necessidade de processos de purificação com uso intensivo de energia, reduzindo assim o impacto ambiental da carne cultivada em laboratório. Leia o estudo completo: https://www.beefcentral.com/wp-content/uploads/2023/05/2023.04.21.537778v1.full_.pdf
País aumentou a presença global, com vendas de junho em alta e semestre batendo recorde No dia 2 de julho, o Portal DBO já havia adiantado a informação e hoje (10/7), o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou: as vendas de carne bovina foram recordes no mês de junho, levando junto o primeiro semestre de 2020. O Brasil nunca havia vendido tanto, entre os meses de janeiro e junho. No caso do último mês, de acordo com o AgroStat, o banco de dados elaborado pelo Mapa, as exportações de carne bovina renderam US$ 742,56 milhões neste ano, um aumento de 40,7% maior ante os US$ 528 milhões registrados em junho de 2019. Tomando todas as carnes exportadas – bovina, suína e de aves – a receita em junho deste ano foi de US$ 1,41 bilhão. No mês passado, o volume exportado de carne bovina alcançou 176,6 mil toneladas, um crescimento de 28,2% na comparação com junho de 2019, período em que foram embarcadas 138 mil toneladas. O preço médio recebido, por tonelada, foi de US$ 4.205, valor 9,7% superior a junho do ano passado, com US$ 3.883. Exportações no primeiro semestre As exportações de junho foram o resultado de um movimento crescente e contínuo. A demanda global por proteína animal, aí incluída a carne bovina, vem em ascensão desde o ano passado, deve se refletir até a virada de 2020 e não há expectativa de que pare em 2021. Nem mesmo a pandemia de Covid-19, que deve afetar a renda em diversos países, amainou a apetite por proteína vermelha. Para este ano, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), tem apontado que a estimativa é superar a receita de 2019, que foi de US$ 7,6 bilhões. No acumulado dos primeiros seis primeiros deste ano, o volume exportado de carne bovina foi de 908 mil toneladas. A alta foi de 9,3%, sobre as 831 mil toneladas embarcadas no mesmo período do ano passado. A receita alcançou US$ 3,93 bilhões, um crescimento de 25,7% sobre os US$ 3,1 bilhões em igual período de 2019 O desempenho recorde tem como protagonista a China. O principal destino da carne bovina brasileira no semestre foi o país asiático. A receita ficou em US$ 1,84 bilhão para 364,7 mil toneladas. No semestre, a China aumentou as compras em US$ 1,14 bilhão, sendo o maior responsável pelo crescimento e pelo recorde de vendas verificados. Exportação de carne bovina para a China nos seis primeiros meses de 2020 Janeiro = 53,1 mil toneladas, por US$ 319,8 milhões Fevereiro = 37,6 mil toneladas, por US$ 196,1 milhões Março = 51,8 mil toneladas, por US$ 249,9 milhões Abril = 60,7 mil toneladas, por US$ 289,2 milhões Maio = 83,9 mil toneladas, por US$ 411,3 milhões Junho = 77,2 mil toneladas, por US$ 369,2 milhões Dados: Agrostat Fonte: Portal DBO
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