Não só o agro não parou, como também avançou em investimentos em produtividade no período de pandemia. Foi o que celebrou em entrevista ao Giro do Boi nesta terça, 30, o engenheiro civil, empresário e presidente da Associação Capixaba dos Criadores de Nelore, Carlos Tadeu Bastos da Rosa.
Segundo Carlos, que também é pecuarista, o termômetro para mensurar o ânimo do produtor são os leilões virtuais. “Eu acredito que agora eles até aumentaram, até porque é a única possibilidade que tem. E como o agro não pode parar e a população demanda pela nossa carne, o mercado está bem aquecido. Eu estou vendo aí as pessoas investirem bastante em melhoramento, com essa procura, essa demanda pela carne e a exportação em alta, então eu estou vendo um aquecimento muito forte do melhoramento aqui no estado”, reconheceu.
“Eu acredito que vem também deste momento de Taxa Selic caminhando para 1,75%, então o boi se tornou uma rentabilidade atraente e sem falar na liquidez. Então eu estou vendo mercado bastante aquecido”, frisou.
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Tadeu, que é representante da Matsuda Sementes e Nutrição Animal para o Espírito Santo, empresa parceira do Circuito Nelore de Qualidade 2020, realizado pela Nelore do Brasil (ACNB), exemplificou o bom momento da pecuária com o engajamento dos produtores nos abates técnicos, que estão sendo monitorados em “salas de abate virtuais”.
“Esse formato virtual deixou o Circuito Nelore de Qualidade muito atraente porque o pecuarista tem a oportunidade, ele vai estar assistindo abate dos seus animais naquele momento. […] Os pecuaristas começam a entender os técnicos, todo o pessoal envolvido no dia do abate, qual é a dieta que ele está fazendo para chegar naquela carne que está sendo apresentada ali, quais são os erros, os acertos, sistemas de produção. Então há uma grande interação e, ao longo do dia, vários técnicos do setor, personalidades do agronegócio, interagem, entram na sala de abate virtual em determinado momento. […] Eles se apresentam e trocam ideias, essa troca de ideias está sendo muito enriquecedora. Então o Circuito Nelore de Qualidade, atualmente virtual, se tornou uma poderosa ferramenta de interação, troca de ideia, de conhecimento em toda a cadeia do agronegócio, onde a gente pode acompanhar a evolução do próprio circuito, a evolução do acabamento de carcaça da raça Nelore e também a qualidade que está chegando à nossa mesa, que é uma carne de animais jovens, uma carne bem acabada, em que toda a cadeia da carne fica satisfeita porque o sucesso é da união dos elos. Então o Circuito Nelore virtual está sendo esse sucesso e a gente está muito feliz de ter descoberto, e veio para ficar”, projetou.
O empresário aproveitou também para comentar a importância da suplementação para ajudar a manter a qualidade das carcaças nesta época do ano, de entressafra, quando as pastagens secam. “A suplementação no período da seca é algo primordial. A suplementação é importante em todo período do ano, porém agora que chega o inverno as pastagens ficam de baixa qualidade. Então os proteinados de seca são a ferramenta que o produtor rural tem para não deixar que seus ganhos vão embora. É imprescindível ele utilizar estes produtos neste momento e também enfatizar que o produtor que não usa essa tecnologia agora no inverno está deixando o lucro dele ir por água abaixo porque nós estamos vivendo um momento de pecuária forte, de valorização de preços, então se ele não investir em tecnologias que agregam valor ao produto dele, ele está deixando escorregar pelo ralo a sua rentabilidade”, alertou.
“Esse foi o grande legado do nosso saudoso líder, Jorge Matsuda, que sempre priorizou qualidade e inovação nos nossos produtos. Com isso, a Matsuda na última década saiu de duas para nove unidades fabris e sempre com a preocupação de, além de produtos de qualidade, também colocar dinheiro no bolso do produtor”, reforçou.
Carlos informou ainda que as associações de pecuária do Espírito Santo, como a própria Associação Capixaba dos Criadores de Nelore (ACCN), estão monitorando as condições da pandemia para lançar seus eventos. “A gente está levando a vida normal, procurando montar as ações, montar os eventos que a gente faz aqui […], como o Congresso Capixaba de Pecuária Bovina. A gente já está com ele todo formatado, aí se houver possibilidade de acontecer, nós vamos realizar, e com isso também as exposições, o Circuito Nelore de Qualidade. Então as ações estão todas prontas, tudo depende do momento se a gente vai poder executar ou não”, afirmou.
Fonte: Giro do Boi
TweetProduzir hambúrgueres e bifes a partir de células cultivadas pode ser visto como o futuro da indústria da carne, mas uma nova análise indica que a produção em massa de carne cultivada em laboratório usando as tecnologias atuais pode ser consideravelmente pior para o meio ambiente do que a carne bovina real. Atualmente, a carne à base de células animais é produzida apenas em uma escala muito pequena e com perdas econômicas, embora o estudo ainda não revisado sugira que a ampliação do processo poderia liberar entre 4 e 25 vezes mais emissões do que a indústria global de carne bovina. Segundo os autores do estudo, “(bilhões de) dólares de investimento foram alocados especificamente para o setor da carne cultivada com a tese de que este produto será mais ecológico do que a carne bovina”. No entanto, embora seja verdade que a carne cultivada em laboratório elimina os requisitos de terra, água e antibióticos da criação de gado, os pesquisadores explicam que muito do interesse na carne cultivada foi impulsionado por análises imprecisas das emissões de carbono. O problema, dizem eles, é que muitos desses relatórios modelaram o impacto climático da carne cultivada usando tecnologias que não existem ou provavelmente não funcionarão. Por exemplo, um estudo frequentemente citado estimou as emissões de carbono da produção de carne cultivada usando hidrolisado de cianobactérias como matéria-prima para as células. No entanto, os pesquisadores desta última análise explicam que “esta não é uma tecnologia ou matéria-prima atualmente usada para a proliferação de células animais, nem é uma que esteja próxima da viabilidade”. Outros relatórios muito divulgados tentaram analisar o impacto ambiental da carne cultivada produzida com componentes do meio de cultivo de qualidade alimentar. No entanto, atualmente, o processo só é possível usando misturas de nutrientes de grau farmacêutico, que são purificadas a um nível muito mais alto. É esse processo de purificação que atualmente responde pela maior parte das emissões associadas à produção de carne cultivada, dizem os pesquisadores. Em particular, a remoção de endotoxinas – que são liberadas por bactérias no ambiente – é absolutamente essencial para a criação de carne cultivada, pois mesmo pequenas quantidades dessas toxinas no meio de cultivo podem impedir a proliferação de células. “A cultura de células animais é tradicionalmente feita com componentes do meio de crescimento que foram refinados para remover/reduzir a endotoxina”, escrevem os autores do estudo. “O uso desses métodos de refinamento contribui significativamente para os custos econômicos e ambientais associados aos produtos farmacêuticos, uma vez que consomem muita energia e recursos”. Assumindo o uso contínuo de meios de cultivo altamente refinados, os pesquisadores estimam que cada quilo de carne cultivada produz 246 a 1.508 quilos de emissões de dióxido de carbono. Com base nesses números, eles calculam que o potencial de aquecimento global da carne cultivada é entre quatro e 25 vezes maior que o da carne bovina no varejo. Grande parte desse impacto é impulsionado pelos requisitos de combustível fóssil associados à purificação dos componentes do meio de crescimento. Segundo os autores do estudo, isso é entre 3 e 17 vezes maior do que a quantidade usada para produzir carne desossada. Com base nesses cálculos, os pesquisadores concluem que “o impacto ambiental da produção de carne cultivada a curto prazo provavelmente será de ordem de magnitude maior do que a produção média de carne bovina se um meio de crescimento altamente refinado for utilizado para a produção de carne cultivada”. Oferecendo uma solução, os autores sugerem que o desenvolvimento de linhagens de células que podem tolerar níveis mais altos de endotoxinas pode reduzir a necessidade de processos de purificação com uso intensivo de energia, reduzindo assim o impacto ambiental da carne cultivada em laboratório. Leia o estudo completo: https://www.beefcentral.com/wp-content/uploads/2023/05/2023.04.21.537778v1.full_.pdf
País aumentou a presença global, com vendas de junho em alta e semestre batendo recorde No dia 2 de julho, o Portal DBO já havia adiantado a informação e hoje (10/7), o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou: as vendas de carne bovina foram recordes no mês de junho, levando junto o primeiro semestre de 2020. O Brasil nunca havia vendido tanto, entre os meses de janeiro e junho. No caso do último mês, de acordo com o AgroStat, o banco de dados elaborado pelo Mapa, as exportações de carne bovina renderam US$ 742,56 milhões neste ano, um aumento de 40,7% maior ante os US$ 528 milhões registrados em junho de 2019. Tomando todas as carnes exportadas – bovina, suína e de aves – a receita em junho deste ano foi de US$ 1,41 bilhão. No mês passado, o volume exportado de carne bovina alcançou 176,6 mil toneladas, um crescimento de 28,2% na comparação com junho de 2019, período em que foram embarcadas 138 mil toneladas. O preço médio recebido, por tonelada, foi de US$ 4.205, valor 9,7% superior a junho do ano passado, com US$ 3.883. Exportações no primeiro semestre As exportações de junho foram o resultado de um movimento crescente e contínuo. A demanda global por proteína animal, aí incluída a carne bovina, vem em ascensão desde o ano passado, deve se refletir até a virada de 2020 e não há expectativa de que pare em 2021. Nem mesmo a pandemia de Covid-19, que deve afetar a renda em diversos países, amainou a apetite por proteína vermelha. Para este ano, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), tem apontado que a estimativa é superar a receita de 2019, que foi de US$ 7,6 bilhões. No acumulado dos primeiros seis primeiros deste ano, o volume exportado de carne bovina foi de 908 mil toneladas. A alta foi de 9,3%, sobre as 831 mil toneladas embarcadas no mesmo período do ano passado. A receita alcançou US$ 3,93 bilhões, um crescimento de 25,7% sobre os US$ 3,1 bilhões em igual período de 2019 O desempenho recorde tem como protagonista a China. O principal destino da carne bovina brasileira no semestre foi o país asiático. A receita ficou em US$ 1,84 bilhão para 364,7 mil toneladas. No semestre, a China aumentou as compras em US$ 1,14 bilhão, sendo o maior responsável pelo crescimento e pelo recorde de vendas verificados. Exportação de carne bovina para a China nos seis primeiros meses de 2020 Janeiro = 53,1 mil toneladas, por US$ 319,8 milhões Fevereiro = 37,6 mil toneladas, por US$ 196,1 milhões Março = 51,8 mil toneladas, por US$ 249,9 milhões Abril = 60,7 mil toneladas, por US$ 289,2 milhões Maio = 83,9 mil toneladas, por US$ 411,3 milhões Junho = 77,2 mil toneladas, por US$ 369,2 milhões Dados: Agrostat Fonte: Portal DBO