Linha do Tempo

Em 1956 Ismael Rezende e seus irmãos compraram sua primeira propriedade voltada à exploração de pecuária de corte extensiva, a Fazenda Santo Antônio das Três Marias, no Pantanal do Mato Grosso, às margens do Rio Itiquira, composta de 60.000 hectares de campos nativos ​e cerrados.

Os primeiros 15 anos da atividade foram voltados a aquisição de rebanho de gado pantaneiro para ocupação da fazenda e especialmente pela implantação da sua infraestrutura básica, com abertura de estradas de acesso e internas, construção da sede, colônia, retiros, cercas de divisas e internas, que delimitavam as primeiras invernadas de pasto nativo, com áreas entre 3.000 e 5.000 hectares cada, assim como o feitio de currais de manejo e cochos de sal.

Inicia-se assim o projeto de produção extensiva de bezerros de corte a campo, em pleno Pantanal, para posterior engorda em uma fazenda do grupo na região de Presidente Epitácio, SP. Desta época, destaca-se ainda a realização de grandes comitivas de bois magros para engorda em São Paulo, com 45 dias de marcha e travessia do rio Paraná de balsa.

Paralelamente a este processo se inicia o aneloramento do rebanho Pantaneiro com a compra e introdução de bons reprodutores desta raça de rebanhos tradicionais de Minas Gerais, bem como a implantação da mineralização do rebanho, onde o Grupo Rezende foi pioneiro no MT, e a adoção de um protocolo sanitário básico, visando à imunização do gado, com a vacinação contra a aftosa e brucelose, entre outras doenças.

No final desta fase inicia-se a formação das primeiras pastagens artificiais, com capim Jaraguá, nas áreas de furnas, e aquisição de fêmeas PO (Puro de Origem) para criação de rebanho elite capaz de fornecer os reprodutores adaptados e de alta qualidade no volume que o projeto pecuário do Grupo Rezende demandava. O nascimento da primeira fêmea nelore PO do Grupo Rezende no Mato Grasso ocorreu em 11 de março de 1970, por meio do registro ABCZ P8442.

Na década de 70 inicia-se a instalação da indústria frigorífica no Mato Grosso, impulsionada particularmente com a abertura da BR 163, que no trecho do Rondonópolis foi executada pela ECB – Empresa ​Construtora Brasil S/A.

Ainda sob administração de Ismael Rezende e visando explorar esta oportunidade outras fazendas no MT foram adquiridas e abertas pelos irmãos Rezende (San​to Antônio do Areia, em Juscimeira, e Santo Antônio do Cabaçal, em​ Araputanga), em áreas adequadas à implantação de pastagens artificiais de capim colonião, utilizadas​ na terminação de bois gordos​,

Os irmãos também adquiriram e abriram individualmente ao longo da década de 80 outras fazendas destinadas à pecuária: Santo Antônio do Sangue​, Santo Antônio da Cachoeira e ​Santo Antônio do Arinos, em ​Juara, e Santo Antônio das ​Lendas, em ​Cáceres.  No auge deste período, os irmãos Rezende tinham um rebanho consolidado, comum e individual, com cerca de 100.000 animais.

E o que acontecia na Fazenda ​San​to Antônio das Três Marias nesta época?

Com o advento das primeiras braquiárias, especialmente a decumbens e a humidícola, inicia-se a implantação em larga escala de pastagens artificiais, bem mais produtivas que o campo nativo. O processo de formação das pastagens artificiais se dava em sucessão ao plantio temporário de arroz de sequeiro por dois ou três anos. No início da década de 70 o Grupo Rezende plantava cerca de 3.000 hectares de arroz de sequeiro em pleno Pantanal e já conhecia muito bem o conceito de integração lavoura – pecuária, tão em voga atualmente.

Vale mencionar também desta época a abertura de canal de captação de água do rio Itiquira, com uso de maquinário pesado da ECB, para distribuição de água, por gravidade, pelos pastos. O projeto inicial previa a construção de 40 km de canais e que atingem atualmente mais de 200 km de canais de distribuição. Esta obra possibilitou a distribuição de agua para o gado por praticamente toda a fazenda, reduzindo muito o risco da atividade e permitindo a divisão das pastagens em invernadas menores, hoje em média com áreas entre 50 e 100 hectares. E vale lembrar ainda a construção de uma pequena hidroelétrica para autoabastecimento, que além de propiciar maior conforto aos funcionários permitiu a implantação de oficinas, secadores, etc, que contribuíram muito para novos ganhos de produtividade.

Em 1983, com a morte de Edmundo Rezende, apesar da administração ainda continuar conjunta, houve a divisão física da fazenda ​Santo Antônio das Três Marias e da fazenda Santo Antônio do Areia. Três anos mais tarde, em 1987, morre Ismael Rezende e ocorre a divisão das demais fazendas e rebanhos do Mato Grosso, Paraná e Minas Gerais, além do fim da administração conjunta e início da administração de Antônio Carlos Rezende.

Etapa já sob a administração de Antônio Carlos Rezende, que se caracteriza na sua primeira metade pela sucessão da administração, pelos acertos da divisão e fim da administração comum das fazendas e de outros negócios da família​. É também da primeira metade desta etapa a criação pelo governo de inúmeras restrições adicionais a novas aberturas de pastagens em áreas de mata – com impacto direto nas fazendas do norte do Mato Grosso, em Juara.

Foram também anos de grave crise econômica nos governos de José Sarney e Fernando Collor, com hiperinflação e instabilidade política. Foram anos duros para a pecuária de corte, onde o principal objetivo foi manter a operação. Após a posse de Fernando Henrique Cardoso se inicia a estabilização econômica e retomada da capacidade de planejamento de médio e longo prazo. São anos também de troca de posições, com venda e compra de imóveis rurais e diversificação na área imobiliária.

Consolida-se assim a nova administração do Grupo Rezende por Antônio Carlos Rezende e a definição das bases de um novo clico.

Anos marcados pela forte expansão agrícola, com a entrada da China como compradora pesada de commodities agrícolas, levando a expansão acelerada da área de soja no CO, que, somada a restrições ambientais crescentes, levam a forte alta do preço das terras agrícolas.

Este movimento de valorização das terras também impulsionou naturalmente a intensificação da pecuária de corte, com incorporação crescente de tecnologias e busca incessante de ganhos de produtividade.

É neste período que se vê a forte expansão da suplementação a pasto dos animais de terminação e a dos grandes confinamentos.

O Grupo Rezende, conduzido por Antonio Carlos Rezende, foi, em mais esta etapa, um dos que liderou este movimento de intensificação da pecuária, com ganhos significativos de todos os seus indicadores produtivos.

Em 2002, ano da criação do Sisbov (Serviço Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos), o Grupo Rezende adere ao programa oficial de certificação e para garantir a rastreabilidade do seu rebanho inicia o controle individual de todos os seus animais. Investe desde o início no uso de bons softwares e hardwares de coleta de dados, bem como na definição de procedimentos e na capacitação da sua equipe. Quanto em 2007 a UE restringiu temporariamente suas importações de carne brasileira a animais oriundos de menos de 100 fazendas o Grupo Rezende teve o reconhecimento público da qualidade de seus controles, com o maior rebanho rastreado e certificado apto a atender ao mercado europeu, e a certeza que estava no caminho correto.

Com os controles da identificação individual de todo os animais do rebanho dominados o Grupo Rezende expandiu os trabalhos de melhoramento genético do plantel elite P.O. (puro de origem), que seguiam as diretrizes do Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos – PMGZ da ABCZ, para o rebanho todo, ingressando também na associação de produtores DeltaGen e iniciando o processo de seleção de reprodutores com CEIP -Certificado Especial de Identificação e Produção.

Destaca-se no trabalho de melhoramento genético do Grupo Rezende dos últimos 15 anos, além da coleta e análise crescentes e sistemáticas de dados produtivos, o forte incremento das inseminações, com o uso dos protocolos de IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo), e a adoção da FIV (Fertilização In Vitro) em larga escala, para acelerar ainda mais os ganhos genéticos do rebanho. Mais recentemente somaram-se a estes esforços a análise de dados de imagens de ultrassom e de informações genômicas como ferramentas complementares de seleção.

O foco permanente do Grupo Rezende ​ao longo destes 60 anos na seleção de características dos animais de forte impacto econômico, como fertilidade, precocidade, ganho de peso e rusticidade, bem como o reconhecimento pelo mercado das qualidades reais do seu processo de seleção, geraram interesse crescente de amigos e conhecidos, que naturalmente levaram o Grupo Rezende a iniciar a venda de reprodutores para terceiros. O que começou lá trás como um projeto de produção de reprodutores para uso próprio se transformou assim em um projeto de venda de genética de ponta para o mercado.

• 15.000 fêmeas em reprodução, todas identificadas e avaliadas individualmente;
  • 100% das fêmeas inseminadas, com acasalamentos dirigidos;

. Cerca de 3.000 transferências de embriões anuais;
• 100% de amarração de mães e filhos;
• Fêmeas superiores voltadas para a produção de genética Nelore;
• Fêmeas comuns voltadas para a produção de animais 1/2 sangue Angus;
• Índice de prenhez médio de 85% em pastos de humidícola no Pantanal;
• Índice de desmama médio de 75%;
• 100% das novilhas Nelore desafiadas a emprenhar aos 12 – 14 meses, com índice de prenhez médio de cerca de 70%;
• Peso médio de desmama de bezerros machos Nelore, sem creep-feeding, de 225 kg;
• Peso médio de desmama de bezerros machos Cruzados, sem creep-feeding, de 250 kg;
• Venda anual de cerca de 500 bezerros e 500 bezerras;
• Descarte anual de 3.000 fêmeas, nossa garantia de pressão de seleção;
• Abate anual de 4.000 machos, com idade, pesos e rendimentos médios de 28 meses, 600 kg e 56,5%, após 110 dias de terminação em confinamento;
• 1.000 reprodutores Nelore comercializados anualmente;

. Venda de sêmen de nossos reprodutores disponível nas principais centrais de inseminação.

• Acelerar ainda mais os ganhos genéticos do rebanho com o uso das mais modernas tecnologias disponíveis;
  • Elevar o índice de prenhez das novilhas superprecoces, de 12-14 meses de idade, para 75%.
  • Elevar para 5.000 animais o abate anual de machos crioulos, com
  idade, pesos e rendimentos médios de 24 meses, 650 kg e 57%, após 120 dias de terminação em confinamento;
  • Reduzir em 20% a idade média dos reprodutores em serviço;

Ampliar ainda mais a penetração da Genética Grupo Rezende no território brasileiro através de um maior número de doses de sêmen comercializadas.

• Expandir a comercialização da genética do Grupo Rezende (touros provados, matrizes, doses de sêmen e embriões) para a América Latina e África.